quarta-feira, 27 de outubro de 2010

raíz de orvalho

"sou agora menos eu
e os sonhos
que sonhara ter
em outros leitos despertaram ()

de quando em quando
me perco
na procura a raiz do orvalho
e se de mim me desencontro
foi porque de todos os homens
se tornaram todas as coisas
como se todas elas fossem
o eco as mãos
a casa dos gestos
como se todas as coisas
me olhassem
com os olhos de todos os homens ()


14 constelações

amam-me demasiado
as cosias de que me lembro
e eu entrego-me
como se me furtasse
à sonolenta carícia
desse corpo que faço nascer
dos versos
a que livremente me condeno"
mia couto

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